Partícula de Deus pode ter sido Descoberta nesta quarta-feira


gráfico demostrativo
  Cientistas dos dois principais experimentos do Grande Colisor de Hádrons (LHC) - maior acelerador de partículas do mundo, operado pelo Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) na fronteira entre França e Suíça – apresentaram na madrugada desta quarta-feira seus últimos resultados, que indicam a descoberta de uma nova partícula subatômica compatível com as previsões teóricas de como ele seria.

   Apelidado “partícula de Deus”, o Bóson de Higgs é a única das 32 partículas fundamentais do Universo (prótons, nêutrons e elétrons, entre outras) previstas pelo Modelo Padrão da Física (MP), formulado em 1964, que ainda não foi detectado e seria responsável por dotar de massa todas as outras partículas.

A equipe de cientistas 
   Apresentado por  Joe Incandela, porta-voz do experimento conhecido como CMS, informou que sua equipe, composta de mais de 2 mil cientistas espalhados pelo mundo, observou um excesso de eventos na faixa de energia de 125 gigaeletronvolts (GeV)/c2 que seria uma forte evidência da formação do Bóson de Higgs nas poderosas colisões promovidas no LHC. Pela Teoria da Relatividade de Einstein e sua famosa equação E=Mc2, energia e matéria são intercambiáveis. Assim, como não é possível observar o mundo subatômico diretamente, os pesquisadores usam poderosos aceleradores para chocar feixes de matéria a velocidades próximas à da luz, procurando por assinaturas de energia que indiquem a formação das partículas subatômicas. As medições do CMS, no entanto, alcançaram uma margem de erro combinada de 4,9 desvios padrões (sigma), pouco menos que os 5 sigma convencionados para o anúncio de uma descoberta oficial, que significa uma probabilidade de mais de 99,9999% das medições estarem corretas.

  Ele foi seguido por Fabiola Gianotti, porta-voz do experimento Atlas. Depois de destacar que sua apresentação abordaria apenas dois dos caminhos possíveis para identificar o Bóson de Higgs, os resultados combinados indicaram a detecção de uma nova partícula na faixa de 125,6 GeV/C2 com o nível de certeza de 5 sigma. O anúncio do número mágico levou a uma ovação do auditório lotado e lágrimas aos olhos do teórico Peter Higgs, que propôs a existência da partícula dentro do Modelo Padrão e acompanhava as apresentações.
  - Isso é apenas o começo. Por favor, sejam pacientes. Estamos entrando na era de medir o Higgs. Precisamos de mais dados e até o momento analisamos apenas um terço das colisões em 2012. Espero que estes resultados abram a porta para um futuro muito brilhante – disse Gianotti.

Este vídeo de uma antiga reportagem explica como funciona o processo de colisão de partículas. 


Entenda qual a importância da descoberta

O que é o Bóson de Higgs?
Segundo teorias da Física que aguardam comprovação definitiva, Higgs é uma partícula subatômica considerada uma das matérias-primas básicas da criação do Universo.

Existe uma teoria quase completa sobre o funcionamento do Universo, com todas as partículas que formam os átomos e moléculas e toda a matéria que vemos, além de partículas mais exóticas. Esse é o chamado Modelo Padrão.

Mas há um "buraco" na teoria: ela não explica como todas essas partículas obtiveram massa. A partícula de Higgs, cuja teoria foi proposta inicialmente em 1964, é uma explicação para tentar preencher esse vácuo.
circuíto percorrido pelas partículas

Segundo o Modelo Padrão, o Universo foi resfriado após o Big Bang, quando uma força invisível, conhecida como Campo de Higgs, formou-se junto de partículas associadas, os Bósons de Higgs, transferindo massa para outras partículas fundamentais.

Por que a massa é importante? 
A massa é simplesmente uma medida de quanto qualquer objeto - uma partícula, uma molécula, um animal - contém em si mesmo. Se não fosse pela massa, todas as partículas fundamentais que compõem os átomos e os animais viajariam pelo cosmos na velocidade da luz, e o Universo como o conhecemos não seria agrupado em matéria. A existência dos átomos e por consequência, da vida, não seria possível.

A teoria em questão propõe que Campo de Higgs, permeando o Universo, permite que as partículas obtenham massa. Esse processo pode ser ilustrado com a resistência que um corpo encontra quando tenta nadar em uma piscina. O Campo de Higgs permeia o Universo como a água enche uma piscina. 
Há quanto tempo os cientistas estão procurando o Bóson de Higgs? 
Há mais de duas décadas. O trabalho já envolveu milhares de cientistas que trabalharam no chamado LEP, o antigo acelerador de partículas do laboratório CERN, na Suíça e no Tevatron, do laboratório Fermilab, nos Estados Unidos, que foi fechado recentemente. Atualmente a busca acontece no LHC (sigla em inglês para Grande Colisor de Hádrons), do CERN.
Como os cientistas estão procurando o Bóson de Higgs? 
Literalmente arremessando partículas subatômicas umas contra as outras a velocidades altíssimas, perto da velocidade da luz. Ao fazer isso, recriam a energia que existia no início do universo e produzem diversas novas partículas, entre elas, em teoria, o Bóson de Higgs. 

A caça ao Higgs é uma das razões que levaram à construção do imenso acelerador de partículas Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), do Cern (Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear), na Suíça. 

O LHC esmaga dois feixes de prótons próximos à velocidade da luz, gerando uma série de outras partículas. É possível que o Higgs nunca seja observado diretamente, mas os cientistas esperam que ele exista momentaneamente nessa "sopa" de partículas. Se ele se comportar como os pesquisadores esperam que ele se comporte, pode se decompor em novas partículas, deixando um rastro de provas de sua existência.

Caso seja produzido a partir das bilhões de colisões no LHC, o Bóson rapidamente se transformará em partículas de massa menor e mais estáveis. Serão essas partículas os indícios que os físicos poderão usar para comprovar a existência do Bóson, que aparecerão como ligeiras variações - como a anunciada na quarta (4) - em gráficos usados pelos cientistas. Portanto, a confirmação definitiva  se dará a partir de uma certeza estatística.

fonte :informações da AFP e AP


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