ITIL, pra que serve?


A área de TI é uma profissão relativamente nova se comparada a tantas outras por ai, se no inicio era vista como algo sem futuro, hoje em dia não cai uma agulha no chão sem que seja catalogada em um banco de dados e com o avanço da tecnologia e dos diversos  ramos  da  informática  vieram  também  várias  normas  e  certificações  com relação ao tratamento da informação, destas algumas regulam ou gerenciam práticas para  que  empresas  e  profissionais  de  TI  possam  seguir  para  desempenhar  um  bom trabalho.

Um  destes  conjuntos  de  prática  é  o  ITIL  (Information  Technology  Infraestruture Library),  nada  mais  é  que  uma  descrição  coerente  e  integrada  de  práticas  de gerenciamento de serviços de TI ou apenas livros que são atualizados de tempo em tempo. A versão atual é a ITIL R V3.

  Criadas em 1989 pelo CCTA, hoje integrado ao Office of Goverment Commerce este órgão  é  independente  do  governo  inglês.    A  versão  inicial  da  ITIL  consistia  em  uma biblioteca de 30 volumes, cobrindo todos os aspectos do Gerenciamento de Serviços de TI (GSTI). Em meados de 1990, a ITIL foi reconhecida como um “padrão de fato”, no Gerenciamento  de  Serviços  de  TI  (GSTI)  ou  IT  Service  Management  (ITSM).

Itil curso online   Posteriormente a versão inicial foi revisada e substituída pela ITIL v2 (versão 2), que consistia em 7 volumes. A ITIL v2 se tornou a base padrão para a norma BS 15000, que se tornou um anexo da norma ISO 20000.
Em maio de 2007, foi lançada ITIL V3 (também conhecida como ITIL Refresh Project) consistindo de vinte e seis processos e funções, agora agrupadas sobre somente cinco volumes, arranjados sobre conceitos sobre uma estrutura de ciclo de vida de serviços.

    Estas  práticas  são  usadas  para  ajudar  a  implantar  e  manter  um  gerenciamento  de serviços  de  TI  voltado  para  pessoas,  processos  e  recursos,  usados  na  entrega  de serviços para atendimento das necessidades dos clientes, com os quais podem fazer sua gestão tática e operacional em vista a alcançar o alinhamento estratégico com os negócios.
ITIL  dá  uma  descrição  detalhada  sobre  importantes  práticas  de  IT  com  checklists, tarefas  e  procedimentos  que  uma  organização  de  IT  pode  customizar  para  suas necessidades.                       
                              
O ITIL não é o único modelo de práticas, mas algumas peculiaridades fazem com que ela seja a preferida:

-Ajuda a atender aos requisitos da ISSO/ IEC20000. Como não existe certificação ITIL para  empresas  e  como o  ITIL  esta em  conformidade  com  a  ISSO  20000  responsável para o gerenciamento de TI.
-Ele é um modelo não proprietário, ou seja, independe da arquitetura de SO escolhido e pode ser usado por qualquer empresa. Entretanto não quer disser que ela não tenha dono  para  um  curso  ou  algo  assim  os  livros  podem  ser  comprados  para  se  usar  na empresa  e  se  for  usado  comercialmente  uma  licença  deve  ser  paga  pelos  direitos autorais.
-Não é modelo prescritivo (não documenta o passo a passo de como fazer) as práticas com  isto  podem  ser  adaptadas  para  qualquer  empresa  com  TI  de  acordo  com  a necessidade de solução de problemas de cada uma.
-Fornece  as  boas  práticas  e  as  melhores  práticas.  Empresas  que  usam  ITIL  já  veem alguma  experiência  do  que  já  deu  certo  e  o  que  não  deu  certo  no  tratamento  de incidentes ou problemas.
-Usada por milhares de empresas no mundo todo, sendo uma referencia para o Gerenciamento de Serviços de TI.

   Hoje um grande paradigma é fazer com que o mundo dos negócios e a TI conversem e se entendam, estudos tem mostrado que empresas que conseguem fazer isto estão aumentando seus lucros principalmente diminuindo gastos resolvendo problemas que acontecem  com  a  TI  um  link  de  uma  empresa  caído,  por  exemplo,  pode  fazer  uma empresa  perder  alguns  milhões  em  minutos,  neste  aspecto  os  conhecimentos implementados em ITIL tem mostrado suas vantagens.
                                      
         
    O  gráfico  acima  exibe  uma  demonstração  de  como  é  importante  alinhar  TI  aos negócios,  à  medida  que  o  negócio  se  torna  mais  dependente  da  informação,  a  TI dentro de uma empresa talvez possa ser uma das únicas partes da empresa capaz de transformar o negocio. Em algumas empresas esta evolução se confunde não se sabe se a TI alavancou os negócios ou vice versa.

   Com o passar do tempo este acoplamento fez com que pessoas da área de negócio procurassem  entender  como  a  TI  estava  sendo  aplicada  aonde  iam  seus  recursos  e onde seus investimentos estavam sendo aplicados, pois nestas empresas se a TI para o processo do negocio também para. Uma empresa web não sobrevive sem a TI. E  a  demanda  de  negócios  (lucro)  pede  que  a  TI  produza  mais  com  o  menor  custo possível, entregando mais qualidade, um melhor portfólio de serviço, menores riscos, agilidade, mais qualidade, conformidade regulatória, são só alguns dos desafios.

  Ai vem um dos grandes problemas disto, é o preparo da demanda de serviço de TI que geralmente  não  estão  preparadas  para  lidar  com  a  demanda  do  negocio  seja  por tecnologia ou preparo de pessoal para esta situação, um dos problemas encontrados pela TI pode ser considerado o acelerado  avanço das tecnologias que se renovam a cada dia, sendo um desafio o controle e acompanhamento desta modernização, falhas técnicas  que  devem  ser  sanadas  “os  conhecidos  incêndios  que  a  informática  como ciência oculta proporciona”, a falta de tempo para implantar isto varias empresas não tem  uma  equipe  de  TI  bem  definida  e  com  pessoal  suficiente  para  resolver  todos problemas da organização e gerenciar a infra-estrutura complexa que isto demanda. Para lidar com isto é necessário o gerenciamento de serviços de TI dividido em quatro partes:

Pessoas: definir os papéis das pessoas e funções dentro da TI
Processos: definir e coordenar atividades para entregar o serviço de TI
Parceiros: fornecedores externos para entrega de serviço
Produtos: uso de tecnologia alinhada com os requisitos do negócio.

Este gerenciamento de serviço feito pode trazer benefícios as empresas como:

-Melhor alinhamento entre os serviços de TI e estratégias do negócio
-Melhora a comunicação da TI com as áreas de negócio
-Transparência dos custos de TI e ajuda para justificar investimentos -Maior agilidade para atender mudanças
-Aumento  da  qualidade  desempenha,  disponibilidade,  atendimento  de  níveis  de serviço, diminuição de retrabalho.
-Aumento da satisfação de usuários e clientes
-Reduz os riscos operacionais da TI
-Melhora o aprendizado da organização
-Aumenta a satisfação da equipe interna de TI
-Redução  de  custos  operacionais  e  aumento  do  ROI  (entrega  de  valor  a  partir  dos investimentos em TI.

Muitas bibliotecas são focadas no ITIL para a gerencia de serviços de TI,  mas vamos focar em dois topicos: Suporte ao Serviço e Entrega do Serviço.

O Suporte ao Serviço pode ser subdividido em cinco partes

1- Gerenciamento do Incidente (Incident Manager)

O  Gerenciamento  de  Incidentes  têm  por  objetivo  restaurar  a  operação  normal  do serviço o mais rápido possível e garantir, desta forma, os melhores níveis de qualidade e disponibilidade do serviço. Segundo o ITIL, incidente é qualquer evento que não faz parte  da  operação  padrão  de  um  serviço  e  que  causa,  ou  pode  causar,  uma interrupção do serviço ou uma redução da sua qualidade. Tem como foco restabelecer o serviço o mais rápido possível, minimizando impactos na operação do negócio dentro dos níveis de serviços estabelecidos (para isso, pode ser usada, por exemplo, uma solução de contorno temporária), tradução “gambiarra”.

2- Gerenciamento de Problemas (Problem Manager)

O  processo  de  Gerenciamento  de  problemas  vai  cuidar  da  solução  definitiva  da prevenção  de  falhas  que  causam  incidentes  e  afetam  o  funcionamento  normal  dos serviços.  É  o  processo  responsável  por  controlar  o  ciclo  de  vida  dos  problemas, prevenindo sua ocorrência, eliminando incidentes repetitivos e reduzindo o impacto dos incidentes nos serviços, através da identificação da sua causa raiz.

obs.:  embora  parecidos  o  Gerenciamento  de  Incidente  e  o  Gerenciamento  de problema não se confundem.
Exemplo prático, uma goteira em casa num dia de chuva. Se começa a pingar água pela laje  da  casa,  isto  é  um  incidente.  Para  resolver  o  incidente  de  forma  imediata, podemos colocar um balde d’água sob a goteira. Isto é uma solução de contorno, mas, não resolve a causa raiz do incidente. Depois que pára de chover, é possível identificar a  causa  raiz  do  incidente,  que  pode  ser  uma  telha  quebrada  e  tratar  a  solução definitiva  do  problema,  efetuando  a  troca  da  telha,  neste  caso  está  sendo  feito  o gerenciamento do problema, pois, a causa raiz foi identificada e tratada.

3- Gerenciamento da mudança (Changer Management)

‘Mudança’  tem  várias  definições  eruditas,  mas  possivelmente  a  mais  adequada  é  a mais simples: Mudança é o processo de mover-se de um estado definido a outro.
O Gerenciamento de Mudança ficará responsável por administrar todas as mudanças de TI, a fim de prevenir incidentes e minimizar o tempo de interrupções nos serviços, para  isso,  haverá  um  fluxo  de  tratamento  as  RDM’s,  sendo:  Recebe,  Registra, classificação  com  o  PIU,  Planejamento,  Aprovação,  Coordenação  e  RPI,  podendo  as mudanças ser dos tipos: Padrão, Normal ou Urgente. O acompanhamento e documentação de de todas as mudanças é indispensável para um  bom  desenvolvimento  dos  resultados  da  gerencia  do  serviço,  saber  o  que  foi mudado é essencial para se desfazer algum erro após uma mudança.

4- Gerenciamento da Liberação (Release Management)

O Gerenciamento de liberação é responsável pelo armazenamento de todo o software (BSD)  e  hardware  (DHD)  autorizado  dentro  da  organização.  A  equipe  de Gerenciamento de Liberação é responsável pelo armazenamento, testes e instalação  de novos softwares e hardwares no ambiente de produção. Depois de todos os testes realizados,  a  liberação  irá  ser  encaminhada  para  o  comitê  de  mudança  aprovar.  O comitê  de  mudança  irá  avaliar  todos  os  aspectos  da  mudança:  impacto,  riscos, procedimento de rollback entre outras coisas e irá aprovar a mudança ou não.
Para estes testes sempre é bom usar servidores clones dos funcionando na rede para evitar que aquele sistema provoque algum transtorno e se você de repente se esquece de fazer o backup antes de instalar o programa já era, eu costumo usar sempre uma ampliance em maq virtual idêntica ao servidor de rede para evitar este problema.

 5- Gerenciamento da Configuração ( Configuration Management )

O  processo  de  Gerenciamento  da  Configuração  quase  poderia  ser  considerado  um processo pivô para todos os outros (especialmente para os de Suporte a Serviços). O Gerenciamento da Configuração é considerado o processo central que suporta outros processos da ITIL fornecendo informações sobre a infra-estrutura de TI.

Os principais objetivos do processo do Gerenciamento da Configuração são:
• Fornecer gerenciamento da TI com maior controle sobre os IC’s da organização;
• Fornecer informação precisa a outros processos da ITIL;
• Criar e manter uma Base de Dados do Gerenciamento da Configuração (BDGC).


A fig. acima mostra como é feito um planejamento para implementar o Gerenciamento de Serviço. Vamos abordar agora o outro tópico a Entrega do Serviço que este subdividido em 6 partes também mas como pode ser definido um serviço?

Conceito

Serviço é uma forma de entregar valor ao cliente facilitando o resultado almejado por eles sem a necessidade de arcar com custos específicos e riscos. O valor do serviço é medido pela sua utilidade e garantia. Utilidade é servir um propósito, melhorando o desempenho médio. Garantia é servir para uso, reduzindo variações de desempenho. Exemplo de utilidade é SMS sem limite do tamanho de texto, e exemplo de garantia é menor número de quedas no serviço. Juntos, utilidade e garantia, representam o valor do serviço.


1- Gerenciamento do nível do serviço ( Service Level Management )

O  Gerenciamento  do  Nível  de  Serviço  ficará  responsável  por  ser  a  única  ponte  de  contato  com  o  Cliente,  efetuando  reuniões  sempre  quando  necessário.  Terá  como responsabilidade  também,  garantir  e  acompanhar  a  maturidade  dos  SLA’s  (ANS’s) acordados utilizando o PEVA. Fluxo de negociação com o Cliente: RNS, CS, ANO, CA e ANS. Os ANS’s permitem que o departamento de TI e o cliente decidam juntos sobre quais serviços devem ser fornecidos, a disponibilidade necessária e seus custos. Estes níveis devem  ser  mensuráveis  para  ambos  os  lados  poderem  verificar  se  estão  sendo atendidos.

Para implantar este processo com sucesso é necessário que os outros processos da ITIL já tenham sido implantados. O foco principal deste processo é assegurar a qualidade dos Serviços de TI que são fornecidos, a um custo aceitável ao negócio.


2- Gerenciamento de Capacidade ( Capacit Manager )

O Gerenciamento da Capacidade ficará responsável por ações proativas no ambiente de  TI,  efetuando  análise,  monitoração,  verificação  das  futuras  Tecnologias,gerenciamento  e  Compra  dos  recursos  e  também  irá  efetuar  dimensionamento  das aplicações, a fim de fazer a previsão dos recursos necessários para novas aplicações. Existem 3 (três) sub processos do gerenciamento de capacidade:

Interpreta as carências do negócio e medidas para os serviços e infra-estrutura. Controla e faz previsão do desempenho e capacidade de ponta a ponta dos serviços de TI em uso e de suas cargas de trabalho. Gerencia e faz previsão do desempenho, utilização e capacidade de cada um dos componentes individuais que suportam os serviços de TI.

3- Gerenciamento da Disponibilidade ( Availability Management )

   O Gerenciamento de Disponibilidade ficará responsável por garantir a disponibilidade do serviço e que todos os serviços sejam suportados por IC's confiáveis com menores riscos (CRAMM) e com Sustentabilidade, Oficiosidade e Resiliência adequado.
   É  de  responsabilidade  da  Gerenciamento  de  Disponibilidade  também  a  gestão  de serviços  de  terceiros,  de  forma  a  garantir  a  disponibilidade  dos  serviços  desejados, através de Contratos de Nível de Serviço (SLA) e contratos de Nível Operacional (OLA). Os contratos de nível operacional existem para suportar contratos de SLA.  Algumas das responsabilidades deste processo:
    Recomendação  relacionada  à  infraestrutura  de  TI  para  assegurar  a  resilência  da  infra-estrutura de TI.
   Relatórios sobre a disponibilidade dos serviços.
  Procedimentos para assegurar a disponibilidade e recuperação de cada serviço em TI novo ou aperfeiçoado.
    Planos para aperfeiçoar a Disponibilidade dos Serviços em TI.

4-  Gerenciamento  da  Continuidade  dos  Serviços  de  TI  (  IT  Service  Continulty Management )
   O  Gerenciamento  de  Continuidade  de  Serviço  ficará  responsável  por  prever desastres,  manter  contingências  e  efetuar  modelos  e  planos  de  recuperação  com medidas de redução de risco, sendo elas: Gradual, Intermediária e Imediata.  Dentre
estes eventos temos:
    Incêndios, Enchentes, Terrorismos, Tempestades, Vandalismos,  Blackouts e apagões
 Exemplo: 

 5- Gerenciamento Financeiro ( Financial Management )

O Gerenciamento Financeiro ficará responsável por efetuar contabilidade para que a TI possa  justificar  os  gastos  e  efetuar  as  cobranças  virtual  (Centro  de  Custo)  ou  real (Boleto, Dinheiro etc).

Alguns benefícios do processo:

Uso mais eficiente dos recursos de TI na organização. Aumento da satisfação dos Clientes a partir do momento em que eles souberem pelo que eles estão pagando. Decisões de investimentos podem ser feitas através de informações precisas. Metas e indicadores para o processo: Custo dos serviços. % do orçamento utilizado ( para + e para – ).

6- Gerenciamento da Segurança da Informação O  Gerenciamento  da  Segurança  da  Informação  ficará  responsável  por  alinhar a Segurança de TI com a segurança do Negócio e garantir a Segurança da Informação em todos os serviços, com base no CID. Segurança  da  Informação  é  um  processo  iterativo  que  precisa  ser  planejado, controlado, avaliado e revisado regularmente.

ITIL quebra Segurança da Informação em:

Políticas: indica os objetivos gerais que a organização pretende atingir; Processos: o que precisa ser feito para os objetivos serem atingidos; Procedimentos:  descreve  quem  faz  o  que  e  quando  para  que  os  objetivos  sejam atingidos Instruções de Trabalho: passo-a-passo para executar ações específicas.

Conclusão sobre ITIL:

Como todo tipo de especificação que agregue seu currículo, o ITIL é de longe um bom investimento, mas para que possa ser posto em prática é realmente necessária uma boa  equipe  de  trabalho  com  funções  muito  bem  definidas  onde  não  se  fique quebrando  o  galho  com  o  funcionário  como  bombeiro  em  outras  áreas  se  faz necessário um bom dialogo entre as partes do negocio e componentes da TI onde o
grande  desafio  é  fazer  na  maioria  das  vezes  uma  pessoa  que  tem  um  básico conhecimento da complexidade dos trabalhos das diversas áreas da TI e direciona-los para um foco principal já que a grande maioria acha que o funcionário da TI é um Deus que consegue desde digitar um texto simples até mandar o homem a lua da tela do seu notebook.

     Bibliografia
BON,  JAN  VON.  Foundations  of  IT  Service  Management,  based  on  ITIL.  Lunteren  -
Holanda: Van Haren Publishing, 2005.
Service Delivery. Londres – Inglaterra: The Stationary Office, 2000.
Service Support. Londres – Inglaterra: The Stationary Office, 2000.
http://www.tiespecialistas.com.br
http://certificacoesti.com.br/
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