Dando continuidade as obras literárias que irão estar no vestibular segue mais uma lista e livros candidatos a possíveis a algumas questões.
Sentimento do Mundo – Carlos Drummond de Andrade
Livro de poemas modernista, também do período neorrealista, foi escrito no contexto da Segunda Guerra e da Era Vargas. “O aluno costuma ter mais facilidade para compreender os poemas quando sabe dessa relação. Mas é preciso ir além dessa leitura mais imediatista”, diz Fernando.
No vestibular – Buscam a interpretação dos versos relacionados ao contexto histórico e interpretação dos versos independentemente do contexto.
Dificuldade – Própria da linguagem da poesia.
Onde costuma cair – Faculdade Cásper Líbero, FGV, Fuvest e Unicamp.
A Cidade e as Serras – Eça de Queirós
Livro do realismo português. A obra é estruturada de maneira espelhada – os mesmos eventos que acontecem na cidade ocorrem na serra. Passa a mensagem de equilíbrio entre a vida nos dois lugares.
No vestibular – Cobram as relações entre as personagens e o protagonista, as diferenças de visão entre a cidade e a serra e como isso aparece na linguagem.
Dificuldade – Alta. “Costuma arrancar reações negativas. Os alunos têm dificuldade em compreender a história e o consideram muito extenso”, afirma o professor.
Onde costuma cair – FGV, Fuvest e Unicamp.
Viagens na Minha Terra – Almeida Garrett
Obra romântica portuguesa. Conta simultaneamente duas histórias, uma narrativa e outra reflexiva, com ponderações sobre Portugal. A primeira possui grande simbologia e a segunda discorre sobre o desprezo pela cultura e memória portuguesa pelo governo.
No vestibular – Questionam sobre a dimensão alegórica na história narrada a respeito da “menina dos rouxinóis” e a relação com reflexões que o narrador faz em torno de Portugal.
Dificuldade – Altíssima. São necessários conhecimentos sobre o contexto histórico de Portugal, uma realidade distante aos estudantes brasileiros de hoje. Já a narrativa convencional não prende muito a atenção.
Onde costuma cair – Fuvest, Unicamp e PUC-SP.
Eu e Outras Poesias – Augusto dos Anjos
Originalmente publicada em 1912 e reeditada postumamente para incluir outros poemas não lançados, a obra possui influências de diversas correntes literárias, como parnasianismo, simbolismo e mesmo modernismo. Seus assuntos variam, mas há uma repetição da temática do corpo em decomposição enquanto crítica social.
No vestibular – Cobram questões de interpretação e entendimento poético. Às vezes, pedem para fazer a relação com escolas literárias e identificar temas de poemas.
Dificuldade – Alta. O vocabulário é considerado extremamente refinado, mesmo para a época.
Onde costuma cair – Cefet-MG, PUC-Goiás e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG – pede o livro Eu).
Navio Negreiro – Castro Alves
Obra romântica de terceira geração. Escapa à concepção de romantismo como fuga de questões sociais, uma vez que trabalha com engajamento político e a luta contra a escravidão. “Mas coloca de maneira sentimental. O olhar é romântico”, conta Fernando.
No vestibular – Questionam a relação dos poemas com a tendência política de luta contra a escravidão.
Dificuldade – Alta em relação ao vocabulário, devido à poesia retórica e a linguagem grandiosa.
Onde costuma cair – Universidade do Estado do Amapá (UEAP), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal de Uberlândia (UFU – pede o livro O Navio Negreiro e Outros Poemas) e Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes – O Navio Negreiro e Outros Poemas).
Antologia Poética – Olavo Bilac
O poeta é um dos maiores autores do parnasianismo brasileiro. Sua obra tem linguagem rebuscada, uma vez que o movimento acreditava nisso como vantagem da forma poética. Trata de temas como a figura feminina e a própria poesia. Embora o mote da corrente seja “arte pela arte”, o autor também tem elementos nacionalistas e sensuais.
No vestibular – Pedem normalmente interpretação dos poemas e observação dos recursos linguísticos.
Dificuldade – Alta devido à linguagem.
Onde costuma cair – UFU, UFV, UFVJM, UFLA e UFPB (Pede o livro Os Melhores Poemas de Olavo Bilac).