O grupo Femen deve chegar à capital federal nos
próximos meses para o julgamento do mensalão, para quem não sabe o
grupo é conhecido pelos protestos semi nuas nas ruas da Europa. Fundada na Ucrânia, a
organização que usa o topless para protestar já recrutou mulheres
em Brasília e promete "agir" durante o julgamento do
mensalão, que terá início no Supremo Tribunal Federal (STF) em
agosto.
A integrante Sara Winter, 20 anos, organizadora do
grupo no Brasil, já contabiliza 20 integrantes do Femen no País,
sendo quatro em Brasília. Com a experiência adquirida na viagem à
Ucrânia durante a Eurocopa, a paulista de São Carlos (SP) pretende
treinar as mulheres recrutadas.
"O treinamento das garotas envolve o
posicionamento corporal na hora do protesto, gritos, desenvolvimento
de performances e figurinos, slogans, saber como segurar o cartaz,
como manter a expressão facial, o que fazer em caso de abordagem da
polícia, como se defender", explica a primeira integrante
brasileira do Femen, detida duas vezes durante protestos na última
edição da Eurocopa.
Criado com o objetivo de lutar contra o turismo
sexual, o Femen tem se expandido para outras temáticas, explica
Sara. "As meninas lá na Europa já expandiram essas questões
há um tempo. Elas já protestaram contra o (ex-diretor do FMI)
Dominique Strauss-Kahn, contra a exploração de gás, contra as
fraudes nas eleições, etc. Aqui, nosso objetivo é nos unir com
todos os coletivos que lutam por um bem para todos", afirmou,
sem dar detalhes de como será planejado o protesto em Brasília.
Sobre a reação da polícia, Sara ainda não sabe
como será no Brasil. "Nunca fui abordada pela polícia em solo
nacional, mas acredito que aqui sofreremos interjeição das
policiais femininas, o que não acontece na Ucrânia. Acho também
que serão menos agressivos. Mas é só um palpite", afirmou.