Raro anfíbio encontrado em Rondônia

Nosso pais pode realmente se orgulhar de ter uma fauna e flora tao diversificada, prova disto é que foram encontrados 6 espécimes de  Atretochoana eiselti  conhecido popularmente como cobra-cega ou cecílias, no rio Madeira, na região da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em Porto Velho, capital de Rondônia.

 O anfíbio encontrado é "parente" dos sapos, pererecas e salamandras e respiram pela pele. Até agora, a espécie era conhecida apenas por meio de dois exemplares preservados no Museu de História Natural de Viena e no departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília.

A espécie foi encontrada por biólogos da Santo Antônio Energia durante os trabalhos de resgate na ensecadeira localizada no antigo leito do rio Madeira. "Resgatar um animal tão raro como este foi uma sensação fora do comum. Procurei referências bibliográficas, entrei em contato com outros pesquisadores e vimos que se tratava de Atretochoana eiselti, descreveu o biólogo Juliano Tupan, analista socioambiental da concessionária.

Destes seis exemplares resgatados (o maior deles com 1 m de comprimento), três foram devolvidos saudáveis para o rio Madeira, dois foram preservados para estudos científicos e um morreu. Os dois animais preservados foram encaminhados para o Museu Paraense Emílio Goeldi, que irá estudar a espécie na tentativa de descobrir os detalhes sobre sua morfologia, habitat, alimentação, comportamento e evolução.

 Outro motivo que faz a descoberta do anfíbio no rio Madeira ser tão comemorada é se tratar do terceiro exemplar conhecido no mundo, sendo o primeiro com localidade exata.

"O que está no museu de Viena só tem como localidade América do Sul, e o que está na Universidade de Brasília não tem dados de localidade. Agora, confirmamos que a espécie vive no Brasil, na planície da bacia amazônica, em águas turvas e quentes", acrescenta o biólogo. Mais recentemente, após a descoberta no Madeira, a espécie foi encontrada por pescadores de camarões na praia de Marahú, na Ilha do Mosqueiro, em Belém, no Pará.

Saiba um pouco mais

Como todos os anfíbios, a cobra-cega leva uma vida dupla - primeiro na água e depois em terra firme. Algumas espécies fazem exceção. Quando a larva sai dos ovos, vive na água, é vegetariana e respira por brânquias externas. Depois de passar por diversas transformações (metamorfoses), passa a ter respiração aérea. Respira o ar com um pulmão só. Respira também pela pele que é úmida e coberta de muco.


Vivem em redes de túneis a 90 cm ou mais de profundidade, alimentando-se de moluscos, vermes e até cobras pequenas. Engolem a presa inteira e sabe-se de casos em que se comem uns aos outros. Possuem um tentáculo protrátil muito sensível entre o olho e a narina.
Siphonops annulatus

 Um filhote da cobra-cega brasileira Siphonops annulatus. Ele alimenta-se da pele da própria mãe ao nascer.

Existem espécies de cobra-cega que são ovíparas – isto é, que põem ovos – e espécies de cobra-cega que são víviparas – ou seja, que não põem ovos e têm filhotes que já nascem com a forma dos adultos. O curioso hábito de os filhotes comerem a pele da própria mãe parece ser a principal diferença entre as espécies ovíparas e as vivíparas.
ovos de cobra cega

Para você ter uma idéia, tanto a cobra-cega brasileira Siphonops annulatus quanto a cobra-cega africana Boulengerula taitanus são ovíparas e, como vimos, apresentam o hábito de comer a pele de sua mães quando são filhotes.

 À medida que os filhotes vão se alimentando, essa pele vai se renovando, mais ou menos a cada três dias. Depois de um mês e meio, quando termina a nutrição da ninhada, a pele se regenera totalmente, voltando à cor cinza escuro.

Fonte: Agência Estado

           portalsaofrancisco.com.br

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