Popular por estar presente no prato de celebridades como a
Princesa Kate Middleton, a Dieta Dukan é uma derivação da dieta das proteínas,
e leva esse nome por ter sido elaborada pelo francês Pierre Dukan. Separada em
quatro fases (ataque, transição, consolidação e estabilização), a dieta promete
a eliminação e manutenção do peso perdido, com a vantagem de permitir comer à
vontade, na hora que quiser. Mas será que é realmente assim que funciona?
Fase de ataque: comer só proteínas elimina peso, mas não dá
energia
A primeira etapa da Dieta Dukan tem duração de dois a sete
dias e representa a fase mais radical da dieta, em que o foco é o consumo
apenas de proteínas. São permitidos os seguintes alimentos: carnes magras,
fígado, rins, aves, peito de peru ou frango, frutos do mar, iogurte, queijos ou
leite desnatado e ovos.
Prós: Ingerir apenas alimentos que fornecem principalmente
proteínas pode levar ao emagrecimento rápido, dando mais motivação. A
possibilidade de comer os alimentos desse grupo à vontade, em qualquer
quantidade e horário, também pode ser um incentivo.
Contras: A restrição abrupta dos carboidratos pode causar sérios
prejuízos ao organismo. Sem a glicose proveniente dos carboidratos, o sistema
nervoso pode ficar comprometido, sem energia, e podem surgir sintomas com
letargia, fadiga (central e periférica) e irritabilidade, com a falta de
carboidratos, o corpo tende a converter gordura em energia acarretando na
liberação de substâncias chamadas corpos cetônicos, que em altos níveis podem
ser prejudiciais às células e causar desconfortos como mau hálito.
Como não há ingestão de carboidratos, o corpo também passa a queimar massa muscular, nos deixando mais fracos e dificultando a realização de atividades diárias ou exercícios físicos. Outro ponto negativo é ingestão insuficiente de fibras (presentes em verduras, legumes, cereais e frutas), que são responsáveis por auxiliar no funcionamento gastrointestinal normal, resultando em gases, desconforto gastrointestinal e dificuldade de evacuação.
Como não há ingestão de carboidratos, o corpo também passa a queimar massa muscular, nos deixando mais fracos e dificultando a realização de atividades diárias ou exercícios físicos. Outro ponto negativo é ingestão insuficiente de fibras (presentes em verduras, legumes, cereais e frutas), que são responsáveis por auxiliar no funcionamento gastrointestinal normal, resultando em gases, desconforto gastrointestinal e dificuldade de evacuação.
Fase de transição: legumes e verduras são permitidos
O período de transição dura até a pessoa atingir a meta de
peso que procura. Nessa fase, alguns legumes e verduras são gradualmente
adicionados, mas um dia da semana deve ter sempre o consumo exclusivo de
proteínas, como na primeira etapa. Durante a fase de transição é recomendado o
consumo de no mínimo 1,5
litros de água ao dia. Os legumes permitidos são:
pepino, berinjela, tomate, rabanete, palmito, acelga, aipo, cogumelos,
escarola, espinafre, repolho, alho-poró, abobrinha e vegetais folhosos.
Prós: semelhante a fase anterior, esta será caracterizada
pela redução de medidas, já que apresenta consumo elevado de proteínas e baixo
consumo de carboidrato - presentes agora apenas nos vegetais que são
adicionados ao cardápio. Os legumes devem ser consumidos grelhados, crus,
refogados ou no vapor, sempre com pouco óleo ou, preferencialmente, com azeite
de oliva que é rico em gorduras insaturadas, boas para saúde do organismo. As
frituras, que lotam os alimentos de gorduras nocivas ao organismo, são
proibidas.
Contras: o consumo destes vegetais aumenta nessa fase, mas o
valor nutricional da dieta continua sendo muito pobre. Ainda que esses legumes
e vegetais contenham carboidratos e fibras em sua composição, as quantidades
não são suficientes, causando os mesmos problemas da etapa anterior. Essa fase
da dieta também não conta com a presença de frutas, que são ricas em vitaminas
e sais minerais importantes para o bom funcionamento do nosso organismo.
Fase de consolidação: muita restrição, pouca aderência.
A terceira etapa dura dez dias para cada quilo perdido, e
nela são reintroduzidos alimentos como frutas (exceto banana, uva, cereja e
frutas secas), pão integral (duas fatias por dia), uma porção de queijo amarelo
por dia e duas porções de alimentos ricos em amido (batata, arroz) por semana.
Outra mudança é o advento das refeições de festa, nas quais você come os
alimentos que quiser, desde que não repita duas porções da mesma coisa, e são
apenas duas refeições permitidas por semana. Ainda é necessário cumprir um dia
por semana de proteína pura.
Prós: nessa fase ocorre a introdução de fontes de
carboidratos mais substanciais (pães, arroz), melhorando o funcionamento do
intestino e proporcionando mais vitaminas e minerais, fazendo com que o
organismo funcione melhor.
Contras: O cérebro utiliza uma média de 100g de glicose por
dia para funcionar adequadamente todos os dias, e nenhuma das fases consegue
atingir essa quantidade, E isso é extremamente prejudicial até para a
capacidade cognitiva da pessoa, completa. Além disso, a restrição das duas
primeiras fases faz com que o metabolismo fique mais lento, devido a perda de
massa magra (os músculos) fator que pode dificultar o emagrecimento ou mesmo a
manutenção do peso. Isso porque num emagrecimento saudável há a queima gordura
e preservação dos músculos. Essa massa muscular demanda mais energia do
organismo, fazendo o metabolismo acelerar e queimar a gordura em excesso. Com o
acréscimo de carboidratos e da ‘refeição livre’, a tendência natural do
organismo é estocar energia e manter o metabolismo mais lento, resultando em
maiores estoques de gordura e menor concentração de massa muscular.
Fase de estabilização: o perigo do efeito sanfona
A quarta fase deve durar para a vida toda, como forma de
manter o peso conquistado. Ela é baseada em três regras básicas: a fase de
ataque deve ser repetida uma vez por semana, a pratica de atividade física deve
ser mantida e o consumo de três colheres de aveia por dia deve ser obrigatório.
Volta-se a uma alimentação normal, sempre muito equilibrada.
Prós: Nesta fase o ponto positivo esta na orientação da
ingestão de fibras através da inserção do farelo de aveia, o que promove
melhora no funcionamento gastrointestinal. Além disso, há a orientação para uma
dieta equilibrada, que é o caminho certo para o emagrecimento ou manutenção do
peso.
Contras: Não há uma orientação correta a ser seguida no que
diz respeito a uma alimentação equilibrada - não existe uma especificação de
quantas refeições devem ser feitas, quais as quantidades de cada alimento,
dentre outras recomendações básicas para uma dieta saudável. Isso favorece o
descontrole e o ganho de peso, que de alguma forma pode ser compensado com a
perda de massa muscular resultante do dia exclusivo de proteína. A inclusão do
farelo de aveia, pode até ser uma vantagem, mas uma dieta deve ser variável e
outros alimentos também podem ser usados como fontes de fibras. O farelo de
aveia é um exemplo de fibra solúvel, mas outras fontes como chia, linhaça e
centeio também são bem-vindas.
Pode água, chá e café, mas qual a quantidade saudável?
A recomendação para consumo de líquidos varia conforme a
fase da Dieta Dukan. Na primeira etapa, o ideal é consumir entre dois a três
litros, incluindo água, chás e café, enquanto que nas fases seguintes é
recomendada a ingestão de 1,5l de água.
Prós: Uma dieta rica em proteínas de fato pede uma ingestão
maior de água, para evitar o acúmulo de resíduos e metabólitos derivado das
proteínas.
Contras: A necessidade do consumo de água varia para cada
pessoa e dependerá da fase da vida, idade, atividade física, dentre outros
fatores, nunca esquecendo que a recomendação da Organização Mundial de Saúde é
de dois litros por dia. Além disso, a inclusão desordenada de chás e cafés na
dieta pode gerar deficiências nutricionais, principalmente quando estes são
consumidos junto às grandes refeições (almoço e jantar). Por serem ricos em
cafeína, eles competem com a absorção do mineral ferro, por exemplo. Outro
problema do baixo consumo de água é a chance de a pessoa ter uma leve
sobrecarga renal.
Incentiva os exercícios, mas não dá energia para encarar a
academia
A Dieta Dukan recomenda a prática de exercícios regulares,
como uma caminhada de pelo menos 30 minutos todos os dias. Fora isso, é
incentivada a prática de atividades físicas, como musculação ou exercícios
aeróbicos.
Prós: a inclusão de atividade física é sempre recomendada,
desde que as condições cardiovasculares tenham sido avaliadas anteriormente por
um médico. Os exercícios promovem aumento no gasto energético, redução do
colesterol e da pressão arterial e auxiliam na manutenção do peso saudável,
declara a nutricionista Fernanda. A musculação ajuda a formar músculos, a massa
magra necessária para fazer o corpo queimar gordura, favorecendo o
emagrecimento ou a manutenção do peso.
Contras: com a falta de carboidratos, é muito provável que a
atividade física resulte em uma hipoglicemia, a queda dos níveis de açúcar no
sangue que pode levar a desmaios. Mesmo a caminhada pode resultar nesse quadro,
pois mesmo essa atividade requer carboidrato, que talvez não se encontre
disponível no corpo. Além disso, a fadiga proporcionada pela falta de
carboidrato pode desencorajar a prática.
Encarar a balança todos os dias
Durante todas as fases da dieta, a recomendação é se pesar
pelo menos uma vez ao dia, para ter o controle do peso perdido ou adquirido.
Prós: durante as primeiras fases da dieta, em que a perda de
peso pode ser percebida com mais facilidade, pesar-se todos os dias pode
favorecer o engajamento.
Contras: como nem todos emagrecem no mesmo ritmo durante um
longo período, se pesar todos os dias e não perceber resultados significativos
pode gerar ansiedade e estresse, que podem levar à desistência da dieta,
exagero alimentar e ganho de peso. O ideal é o acompanhamento regular do peso,
que é variável de caso para caso, mas pode ser realizado a cada sete ou 15
dias, permitindo um acompanhamento saudável da evolução.